Assim como em populações humanas, espécies de corais que vivem em grandes densidades populacionais são mais suscetiveis a doenças, devido a facilidade de transmissão entre os indivíduos que vivem mais próximos e com mais contatos entre si. Podem ser transmitidas indiretamente por meio de vetores. Vetores bastante conhecidos das doenças humanas são mosquitos e ratos. Potenciais vetores para doenças de corais são os peixes e invertebrados que deles se alimentam.
Os peixes predadores de corais podem transmitir os patógenos por via oral, ao morder os pólipos, ou por via fecal, ao defecar sobre as colônias. A presença de peixes predadores é um dos mais importantes fatores ambientais que favorecem a proliferação de doenças entre as colonias de corais após o aparecimento da patologia, geralmente devido à poluição.
O descoloramento dos corais ocorre quando a colonia perde uma parte significativa da população de algas simbióticas denominadas ZOOXANTELAS, que normalmente vivem dentro do tecido do coral. Como as zooxantelas são responsáveis pela pigmentação, o corpo do coral fica então transparente, o que nos permite observar o esqueleto abaixo dos tecidos que é branco. O descoloramento dos corais não é considerado uma doença, apesar de que em alguns casos ele é causado por bactérias, desta forma sendo classificada como doença.
As doenças típicas são causadas por microrganismos que não vivem associados aos corais em condições normais e que agem diretamente na causa dos sintomas. Doenças de corais vêm sendo registradas há mais tempo e em maior número nos recifes do Caribe.
Nos recifes do Pacífico Ocidental, apesar da maior quantidade de espécies, a incidência de doenças é relativamente menor que no Caribe, mas um crescimento vem sendo observado em ritmo alarmante. Os recifes de coral do Brasil concentram-se principalmente na região do sul da Bahia e estão geograficamente e biologicamente bastante isolados dos outros sistemas recifais.
Como nunca haviam sido registrados doenças em corais no Brasil, é provável que este isolamento, possa ter, por um longo tempo, protegido os nossos recifes das doenças que afligem os corais do Caribe. Infelizmente isso mudou. Resultados de um monitoramento dos recifes de coral da região de abrolhos resultaram em registros de incidências de pelo menos seis tipos de doenças diferentes. O número de colônias apresentando doenças cresceu drasticamente nos anos seguintes, com registro de centenas de colônias infectadas na região. Estes dados permitiram aos biólogos a criação de um modelo que prevê uma redução dramática na população do coral-cérebro endêmico da região de abrolhos.
Diversos fatores de estresse ambiental na região de abrolhos provavelmente vêm agindo sinergicamente no desencadeamento de doenças nos corais. Além do aquecimento do mar que vem sendo observado no local, o litoral do estado da Bahia também é palco de uma crescente urbanização e desenvolvimento da agricultura de larga escala nos últimos anos. Isto provocou uma descarga indiscriminada de poluentes que vem gerando a contaminação dos recifes costeiros baianos.
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